EDinova: a transformação das construções brasileiras rumo ao carbono zero já começou
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"Este artigo sintetiza os principais pontos da iniciativa EDinova, que tem como objetivo descarbonizar o setor de edificações no Brasil por meio de políticas públicas e tecnologias inovadoras."
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O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) quer promover edifícios com zero emissões de carbono, os chamados edifícios net-zero. O projeto EDinova iniciará sua implementação este ano, após um período de escuta de debates com as principais partes interessadas envolvidas neste setor ao longo dos anos de 2023 e 2024. Tal projeto se estenderá até 2029, e buscará permitir que o Brasil enfrente as principais barreiras, considerando todo o ciclo de vida da edificação, para a adoção de soluções que utilizem tecnologias de baixo carbono.

Carbono Operacional:
referem-se às emissões de dióxido de carbono (CO₂) associadas ao uso de energia durante a operação de um edifício.
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Carbono Incorporado:
diz respeito às emissões de CO₂ associadas à produção e transporte dos materiais de construção, bem como às atividades de construção e eventual demolição.
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O projeto percorreu diversas etapas, desde a concepção até a fase atual de detalhamento, com o envolvimento de universidades, especialistas técnicos e consultas a partes interessadas.
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A estrutura do projeto está organizada em quatro componentes principais, cada um voltado ao enfrentamento de barreiras específicas:
01.
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Políticas públicas e ambiente regulatório;
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02.
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Sensibilização e demonstração da viabilidade de edificações de baixo carbono;
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03.
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Incentivos e instrumentos de financiamento;
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04.
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Gestão da informação e do conhecimento.
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Cada componente conta com resultados esperados e produtos específicos, que vão desde o desenvolvimento de roteiros de descarbonização e normatizações até intervenções-piloto em escolas públicas.
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Entre os desafios centrais enfrentados pelo setor estão:
- Fragmentação das políticas públicas
- Baixa compreensão sobre os benefícios da descarbonização
- Falta de acesso a tecnologias e financiamento
- Escassez de conhecimento técnico.
Aspectos transversais como aversão ao risco, informalidade no setor e desigualdade de gênero também são abordados, com ações específicas para capacitação, revisão de normas e promoção de inclusão feminina nos canteiros de obras.
Destacam-se iniciativas como a criação de alianças de municípios, a realização de reformas em escolas-piloto em diferentes zonas bioclimáticas, o desenvolvimento de campanhas de conscientização e a elaboração de planos de investimento.
O componente de financiamento inclui a revisão de mecanismos existentes, alinhamento com objetivos climáticos e o estímulo à inovação por meio do programa “Mais Inovação”.
Não tenho dúvida que o desenvolvimento da Taxonomia Sustentável Brasileira (TSB) será crucial na definição de critérios verificáveis para acesso a tais instrumentos de financiamento. Já a gestão do conhecimento será reforçada com plataformas integradas, ferramentas de cálculo de indicadores e capacitações voltadas a agentes públicos e privados.
...
Por fim, o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) desempenhará papel central na execução deste projeto, sendo responsável pela gestão operacional e financeira, bem como pelo monitoramento e engajamento das partes interessadas. O cronograma contempla entregas semestrais de outputs ao longo de cinco anos, com foco em transformar o setor de construção civil brasileiro em um agente de mitigação das mudanças climáticas, por meio da replicabilidade e institucionalização das soluções desenvolvidas.
Nos cabe agora, tanto como profissional especialista na área, mas sobretudo como cidadão brasileiro preocupado com espaços urbanos mais preparados, resilientes e adaptados para as mudanças climáticas que já são realidade, acompanhar e contribuir para este movimento de descarbonização do setor.
Seguiremos juntos nesta jornada.
POR
Renato Rocha Salgado
Consultor Especialista em Sustentabilidade - CTE
Atua como Consultor Especialista no CTE - Centro de Tecnologia de Edificações, tendo mais de uma década de experiência e participado em mais de 200 projetos em busca de certificações greenbuilding como LEED, GBC Casa & Condomínio e GBC Life nas mais diversas tipologias de edificações, tais como casas, edifícios corporativos, edifícios residenciais, shoppings centers, estádios, datacenters e centros de pesquisa.
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"Este artigo sintetiza os principais pontos da iniciativa EDinova, que tem como objetivo descarbonizar o setor de edificações no Brasil por meio de políticas públicas e tecnologias inovadoras."
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O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) quer promover edifícios com zero emissões de carbono, os chamados edifícios net-zero. O projeto EDinova iniciará sua implementação este ano, após um período de escuta de debates com as principais partes interessadas envolvidas neste setor ao longo dos anos de 2023 e 2024. Tal projeto se estenderá até 2029, e buscará permitir que o Brasil enfrente as principais barreiras, considerando todo o ciclo de vida da edificação, para a adoção de soluções que utilizem tecnologias de baixo carbono.
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Carbono Operacional:
referem-se às emissões de dióxido de carbono (CO₂) associadas ao uso de energia durante a operação de um edifício.
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Carbono Incorporado:
diz respeito às emissões de CO₂ associadas à produção e transporte dos materiais de construção, bem como às atividades de construção e eventual demolição.
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— O projeto percorreu diversas etapas, desde a concepção até a fase atual de detalhamento, com o envolvimento de universidades, especialistas técnicos e consultas a partes interessadas. —
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A estrutura do projeto está organizada em quatro componentes principais, cada um voltado ao enfrentamento de barreiras específicas:
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01.
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Políticas públicas e ambiente regulatório;
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02.
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Sensibilização e demonstração da viabilidade de edificações de baixo carbono;
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03.
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Incentivos e instrumentos de financiamento;
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04.
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Gestão da informação e do conhecimento.
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— Cada componente conta com resultados esperados e produtos específicos, que vão desde o desenvolvimento de roteiros de descarbonização e normatizações até intervenções-piloto em escolas públicas. —
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Entre os desafios centrais enfrentados pelo setor estão:
- Fragmentação das políticas públicas
- Baixa compreensão sobre os benefícios da descarbonização
- Falta de acesso a tecnologias e financiamento
- Escassez de conhecimento técnico.
Aspectos transversais como aversão ao risco, informalidade no setor e desigualdade de gênero também são abordados, com ações específicas para capacitação, revisão de normas e promoção de inclusão feminina nos canteiros de obras.
Destacam-se iniciativas como a criação de alianças de municípios, a realização de reformas em escolas-piloto em diferentes zonas bioclimáticas, o desenvolvimento de campanhas de conscientização e a elaboração de planos de investimento.
O componente de financiamento inclui a revisão de mecanismos existentes, alinhamento com objetivos climáticos e o estímulo à inovação por meio do programa “Mais Inovação”.
Não tenho dúvida que o desenvolvimento da Taxonomia Sustentável Brasileira (TSB) será crucial na definição de critérios verificáveis para acesso a tais instrumentos de financiamento. Já a gestão do conhecimento será reforçada com plataformas integradas, ferramentas de cálculo de indicadores e capacitações voltadas a agentes públicos e privados.
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Por fim, o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) desempenhará papel central na execução deste projeto, sendo responsável pela gestão operacional e financeira, bem como pelo monitoramento e engajamento das partes interessadas. O cronograma contempla entregas semestrais de outputs ao longo de cinco anos, com foco em transformar o setor de construção civil brasileiro em um agente de mitigação das mudanças climáticas, por meio da replicabilidade e institucionalização das soluções desenvolvidas.
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Nos cabe agora, tanto como profissional especialista na área, mas sobretudo como cidadão brasileiro preocupado com espaços urbanos mais preparados, resilientes e adaptados para as mudanças climáticas que já são realidade, acompanhar e contribuir para este movimento de descarbonização do setor.
Seguiremos juntos nesta jornada.
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POR
Renato Rocha Salgado

Consultor Especialista em Sustentabilidade - CTE
Atua como Consultor Especialista no CTE - Centro de Tecnologia de Edificações, tendo mais de uma década de experiência e participado em mais de 200 projetos em busca de certificações greenbuilding como LEED, GBC Casa & Condomínio e GBC Life nas mais diversas tipologias de edificações, tais como casas, edifícios corporativos, edifícios residenciais, shoppings centers, estádios, datacenters e centros de pesquisa.
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